domingo, 30 de outubro de 2011

Crise de uns, salvação de outros

Para ser o Galo tem que ter um certo drama, certo? E na partida deste domingo não poderia ser diferente. Um jogo recheado de emoção e uma vitória sobre o Palmeiras que afundou ainda mais o Verdão e começou a tirar o Atlético do rumo da Segundona.

Torcedores alvinegros lotaram Arena do Jacaré - Foto: Bruno Cantini

O time de Cuca entrou em campo decidido a buscar a vitória a qualquer custo. Do outro lado um Palmeiras do Felipão que parece que vive uma crise permanente e entra em campo sem demonstrar qualquer pretensão.

O que deu errado?

Não dá para dizer que foi um jogo técnico. Muitos erros de passe, erros de finalização, jogadas mal feitas. Mas ao mesmo tempo, os jogadores estavam afim de jogo dos dois lados (pelo menos no começo da partida). O que diferenciou foi mesmo a vontade de ganhar. A começar pelo pré jogo. Disposto a ter Pierre em campo, o Atlético pagou uma multa de 200 mil reais ao Verdão, já que o volante ainda tem vínculo com o clube paulista. Bom investimento, porque o atleta fez bem seu papel e ajudou o time a ter volume de jogo.

O Atlético-MG estava bastante ofensivo. Neto Berola construiu boas jogadas e ainda abriu o marcador no primeiro tempo. Bernard e Daniel Carvalho foram muito úteis no meio e serviram bem os companheiros. Richarlyson entrou no segundo tempo para deixar o time mais defensivo, mas mesmo assim Fillipe Souto marcou um golaço e abriu uma boa vantagem para o time da casa.

Jogadores comemoram gol de Berola - Foto: Agência Lance

No Palmeiras, aquele velho problema. Sem Kleber, que já virou novela, e sem Ricardo Bueno, que o time preferiu não pagar multa para ter o atleta em campo, quem foi escalado para jogar na frente foi Fernandão. Mas o que se viu em campo foi muita lentidão. Até fez uma jogadinha ou outra, mas no geral esteve bem perdido em campo.

Outro que esteve mal foi Valdívia. Após se envolver em polêmicas devido a assuntos pessoais, o Mago entrou em campo sem muito foco e não fez uma boa partida. No fim das contas acabou expulso e prejudicou ainda mais o time alviverde. Maurício Ramos também levou cartão vermelho e o Palmeiras jogou boa parte do segundo tempo com dois a menos.

Árbitro Marcelo de Lima Henrique expulsa Valdívia da partida - Foto: Site Terra

No final do jogo, Luan (que justiça seja feita, foi um dos únicos lúcidos em campo do lado do Palmeiras) marcou um gol e a pressão começou. Mesmo com dois jogadores a menos, o visitante iniciou uma pressão de tirar o fôlego de qualquer atleticano. Um verdadeiro sufoco. Mas foi tarde demais e o jogo terminou mesmo em 2 a 1.

Rodada perfeita para o Galo, já que todos os adversários diretos na briga contra o rebaixamento (Bahia, Cruzeiro, Ceará, Atlético-PR, Avaí e América-MG) perderam. O que também deu muito certo foi a torcida alvinegra. Mais de 17 mil pagantes na Arena do Jacaré, que incentivaram o Galo a todo momento. A próxima rodada do time mineiro também é em casa, contra o Grêmio, enquanto o Palmeiras recebe o Coritiba na Arena Barueri. Enquanto a torcida alvinegra dorme mais feliz e aliviada vendo o time se distanciar do Z4, a torcida alviverde dorme, mais uma vez, decepcionada com o time, que não vence há sete rodadas e não dá indícios de que está muito interessada em melhorar essa ‘crise permanente’.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

3 a 0 e o treinador a menos

Que o Atlético-GO é um time chato de vencer fora de casa, todo mundo sabe. A equipe já ganhou do Santos, Cruzeiro, Botafogo, Coritiba, Galo, Grêmio no Serra Dourada. Mas eu confesso que não esperava que o jogo de ontem do São Paulo fosse ser tão vergonhoso. Na verdade o placar foi vergonhoso, porque o tricolor até tentou, mas sabe aquele dia em que tudo dá errado?

São Paulo perdeu de 3 a 0 para o Atlético-GO no Serra Dourada - Foto: Site Terra

O time do técnico (ex-técnico) Adilson Batista sofreu um 3 a 0 com propriedade, em que a equipe da casa venceu jogando bem e aproveitando as oportunidades que surgiam. O resultado? Adilson Batista foi mandado embora e agora, além de tudo, o São Paulo tem que se encontrar em campo e encontrar um novo comandante.

O que deu errado?

Para começar, o São Paulo fez um jogo frio. No começo até foi bem. Criou algumas oportunidades e mostrou que poderia sair de campo com a vitória. Poderia. Não foi o que aconteceu. Sim, várias tentativas, chutes a gol (os três chutes na trave seguidos que o digam), faltas cobradas. Mas foi frio, não tem como negar.

O meia Lucas, sempre veloz, esteve muito parado em campo. Sem criatividade, sem velocidade, sem muita perspectiva. Voltou da seleção sem inspiração e não fez muito pelo São Paulo ontem. No ataque, Luis Fabiano tentou, tentou, mas não conseguiu finalizar bem. Aliás, o goleiro do time goiano Rafael , que teve que substituir Márcio, se saiu muito bem quando o Atlético precisou.

Meia Lucas esteve apagado na partida de domingo - Foto: Carlos Costa

A defesa tricolor estava desencontrada. Se no ataque faltava sorte e competência para fazer a bola entrar, na parte de trás do time a situação foi bem complicada. As laterais estavam abertas demais, a zaga sem sincronia, tudo funcionando mal. O resultado foram 3 gols do adversário, que aproveitou essas brechas são paulinas para garantir os três pontinhos.

No Atlético-GO, o atacante Anselmo importunou a vida tricolor. Marcou gol, deu passe, criou jogadas, estava atacado, num dia daqueles. Com 10 gols no Brasileirão, Anselmo vem mostrando que é um jogador perigoso e eficiente (e por isso mesmo na próxima temporada provavelmente não deve seguir no time goiano).

A campanha tricolor nem de longe tem sido como normalmente as coisas funcionam no São Paulo. Dos últimos 18 pontos disputados, o time conquistou apenas quatro. Para uma equipe acostumada a ser campeã, algo está errado. Porque time tem, estrutura tem, uma torcida apaixonada tem. O que falta é reencontrar o caminho das vitórias e voltar a ser a equipe campeã de sempre. Resta saber se isso ainda dá tempo para essa temporada.

E só a título de curiosidade. Em 2010 o Adilson Batista caiu do Corinthians justamente após uma derrota para o Atlético-GO. E nesse ano novamente o treinador se viu na mesma situação. Por mais que não esteja brigando pelo título e nem por vaga na Libertadores, o time de Goiás tem sido um adversário bem complicado e que tem trazido bastante dor de cabeça aos oponentes. Adilson que o diga.

Técnico Adilson Batista caiu após a derrota por 3 a 0 - Foto: Futura Press

domingo, 9 de outubro de 2011

A derrota que valeu a liderança

O Inter saiu do Beira Rio com uma vitória de 3 a 0 sobre o Vasco - Foto: Site Terra

A tarde de domingo prometia ser de um clássico entre cariocas e gaúchos. Inter e Vasco tinha tudo para ser uma partida equilibrada, que qualquer um dos times poderia sair de campo com a vitória.

Mas o que se viu desde o início da partida foi um domínio colorado. Os donos da casa tiveram um início praticamente irretocável. Muitos passes bem feitos, jogadas armadas, lances bonitos. Era inegável que o Inter não estava ali para brincadeira e queria mesmo sair dali com mais três pontos somados na conta.

O que deu errado?

No primeiro tempo, o que deu errado para o Internacional tem nome e sobrenome: Fernando Prass. O goleiro cruzmaltino fechou o gol na primeira etapa da partida. Na verdade eu nem sei contar quantas defesas muito boas ele fez. Quatro, cinco? Independente do número, a atuação do arqueiro foi decisiva e de fato parou os jogadores gaúchos.

Fernando Prass fechou o gol carioca no primeiro tempo - Foto: Vipcomm

Apesar das defesas de Prass, deu para notar que o esquema armado por Dorival Júnior, um 4-2-3-1 bem montado, estava dando certo. O time jogou solto, leve, com muito toque de bola e muito entrosamento.

Do lado do Inter, um D’Ale muito inspirado. Comandou o time gaúcho, marcou o primeiro gol e soube ser um homem de referência dentro de campo. Não só o argentino, mas também Tinga, Índio, Andrezinho. O time colorado como um todo esteve muito bem e muito pouco deu errado em campo.

Já Diego Souza não estava na sua melhor tarde. Fez uma bela jogada, um lindo voleio, mas não passou muito disso. O garoto talentoso das últimas rodadas não deu as caras e o time carioca sentiu a falta do seu destaque em campo.

Diego Souza estava apagado no jogo contra o Inter - Foto: Site Uol

Outro que não foi bem (como sempre, na minha opinião) foi Alecsandro. Quando seu nome foi anunciado no estádio ele já recebeu sonoras vaias e ao invés de jogar bem, ficou reprimido e não jogou absolutamente nada. É fato que a bola não chegava até o centroavante, mas quando chegava, o jogador não conseguia aproveitar.

Não há como dizer que o Vasco jogou bem. Mas eu seria injusta se dissesse que jogou mal. O time não estava completo, o Inter inspirado e a pressão sobre o primeiro lugar sempre é grande. Além do mais, o campeonato está tão disputado que não dá para projetar se perder foi tão mau negócio. De todo jeito, a derrota custou a liderança, já que mais tarde o Corinthians venceu e passou o Vasco, recuperando o primeiro lugar do Brasileirão. Bom para quem assiste a competição, que a cada rodada vive a expectativa de como ficará a classificação.