domingo, 31 de julho de 2011

Mais longe do líder

Antes de começar o post eu devo um pedido de desculpas. Na última rodada eu não fiz nenhum “o que deu errado”, mas eu tenho uma explicação. Eu assisti Santos e Flamengo pensando: “Vou vendo ao mesmo tempo São Paulo e Coxa, porque em algum dos dois jogos algo vai dar errado” (desculpa pessoal, mas é o meu trabalho rs). Mas, o que eu não esperava é que a partida na Vila Belmiro seria um jogo de tirar o fôlego. Eu não consegui mudar de canal em momento nenhum e só soltei a respiração depois do apito final. Fracassei como blogueira, mas como amante do futebol não poderia deixar de assistir um jogaço desse. Apesar do que já me disseram que São Paulo e Coritiba também foi muito bom (deve ter sido mesmo, basta ver como foi o andamento do placar). Bom, e como não deu nada errado em Santos X Fla (a não ser o pênalti do Elano), eu não tive o que escrever aqui no blog. Enfim, pedidos de desculpa aceitos, né?

Vamos começar nossos trabalhos de hoje. Já que eu não dei atenção para o São Paulo no meio da semana, hoje vai ser o dia do tricolor paulista brilhar aqui no blog (lembrando que ‘brilhar’ aqui no blog não quer dizer necessariamente uma coisa boa). São Paulo e Vasco, Morumbi. O São Paulo vindo de uma vitória e o Vasco de um empate. Na prática o que deu para ver foi um jogo que começou muito quente do lado paulista, esfriou e foi decidido em lances pontuais, mas não menos eficientes do time carioca.

São Paulo foi derrotado por 2 a 0 no Morumbi - Foto: Site Uol

O que deu errado?

Para o São Paulo, o que mais deu errado foram as defesas do Fernando Prass. Nos 15, 20 minutos iniciais o tricolor era só pressão. O goleiro do Vasco teve que trabalhar bastante e fechar o gol. Ali no início era o momento do São Paulo abrir o placar, mas o arqueiro, em noite estrelada, não deixou passar nada. E não foi só no início. Durante o jogo todo Prass foi seguro e transmitiu segurança para a zaga do Vasco, que cumpriu seu papel direitinho.

O São Paulo estava desfalcado. Ok, eu sei e já disse que desfalque não é motivo para perder jogo porque todo time precisa de um banco eficiente. Mas o time estava montado esquisito, não estava 'redondo'. Adilson Batista teve que usar um de seus zagueiros na lateral para substituir Juan e na defesa, com a falta de Xandão, a turma lá de trás ficou bem perdida.

Os passes do São Paulo também saíram mais errados do que certos. Sem conseguir criar, não conseguia finalizar. Foi uma partida bem fraca do time, onde apenas Dagoberto esteve bem em campo. O atacante chegou várias vezes, tentou, foi atrás, mas foi parado por Fernando Prass. E olha, eu esperava que o time do São Paulo se saísse melhor no toque de bola, pois é uma turminha com talento para isso.

Dagoberto lamenta chance perdida - Foto: Leo Pinheiro

Enquanto isso, no Vasco, os chutes a gol não eram assim tão constantes (não que no São Paulo fosse muito constante), mas vieram no momento certo. Alecsandro esteve bastante apagado. O jogador, que não era lá tão amado pela torcida do Inter, ainda tem muito mais para render no time carioca. O Vasco em duas oportunidades foi eficiente e balançou a rede tricolor no segundo tempo. Eder Luis fez o primeiro, enquanto Felipe marcou o segundo. Felipe, aliás, substituiu Juninho Pernambucano, que completou 300 jogos pelo time do Vasco (sem dúvida, ídolo da torcida).

Jogadores comemoram gol de Felipe - Foto: Site Terra

A equipe do Ricardo Gomes mostrou que, apesar de vários erros a serem corrigidos, tem elenco para ir longe no Brasileirão. Enquanto isso, o São Paulo revela um time sem muita consistência, que ora pode jogar muito bem e ora pode fazer uma exibição ruim como a desse domingo. No fim das contas, o 2 a 0 foi um péssimo negócio para o São Paulo, que já foi ultrapassado pelo Flamengo e caiu para a terceira colocação na competição.

domingo, 24 de julho de 2011

Um time com a cara do Papai Joel

Foto: Site Uol

As palavras do meia Roger ao fim do jogo Corinthians e Cruzeiro resumiram bem a partida: “Não foi um jogo de extrema beleza, mas nós fomos eficazes”.

Diante do líder invicto do campeonato o Cruzeiro fez o contrário do que Montillo havia pedido, que era se portar como time pequeno. O Cruzeiro jogou do jeito que Wallyson propôs, entrar de igual para igual. Sim, o Corinthians é o time melhor montado da temporada, está redondo e é muito eficiente. O Tite (fala muito), apesar de não passar 100% de confiança ao torcedor, tem feito um bom trabalho. Mas, depois da chegada de Joel Santana, o Cruzeiro também vem apresentando um futebol bacana, sem muita beleza, mas com bastante objetividade. Há os torcedores que preferem um futebol bem jogado e bonito, plástico. Mas eu garanto que os torcedores do Timão estão muito satisfeitos com o futebol prático do Corinthians, que vem rendendo bons frutos à equipe e garantindo o primeiro lugar do time mesmo com derrotas. E o Cruzeiro vem seguindo no mesmo caminho.

O que deu errado?

Dos dois lados havia desfalques. No Cruzeiro estavam fora Thiago Ribeiro, Diego Renan e Leandro Guerreiro. No Corinthians, Liedson, Júlio César e Fábio Santos. Mas quem fez falta mesmo foi Liedson. O jogo do Corinthians tem sido feito da seguinte forma: o time faz uma boa marcação, deixa a defesa bem fechadinha, mas é bastante oportunista e aproveita os momentos certos para marcar o gol, geralmente com Liedson. E sem o atacante em campo o time sentiu e não rendeu como deveria. O Sheik não foi um substituto à altura. Liedson é a cara desse time do Corinthians, caiu como uma luva.

No Cruzeiro a marcação estava impecável. O time mineiro, sabendo do potencial da equipe paulista, realizou uma espécie de marcação homem a homem. Para segurar Jorge Henrique e Willian, Fabrício e Everton auxiliaram Vitor e Gilberto. Roger grudou em Paulinho a partida inteira, enquanto Marquinhos Paraná ficou encarregado por Danilo e Montillo por Ralf. Dessa forma, o time celeste conseguiu anular as melhores jogadas do Corinthians e não tomar nenhum gol.

Jogadores celestes comemoram gol - Foto: Fernando Borges

Mas as laterais do Cruzeiro foram um problema. Gilberto, ainda longe (bem longe) da sua melhor forma física, abusou das faltas e acabou sendo expulso antes da metade do segundo tempo. Já Vitor fez uma partida bem abaixo da média e teve que ser substituído pelo técnico Joel Santana.

E olha, sinceramente eu não digo que muita coisa deu errado para o Corinthians não. Pelo contrário. O time continuou jogando da maneira que vem fazendo, mas dessa vez deu de frente com um adversário que estudou bastante a equipe paulista. Os chutes de longa distância foram a solução para a falta de espaço, e essas jogadas levaram bastante perigo ao goleiro Fábio, mas não passou muito disso.

Por falar em goleiro, uma pena Renan ter tomado aquele gol de Wallyson justo na sua estréia. Não foi um frango, não foi uma falha. Mas fica claro que aquela bola só entrou porque o arqueiro estava bastante adiantado (assim como em outros lances também). E diante de um goleiro adiantado, o oportunismo de Wallyson falou mais alto. O atacante, que vinha de uma fase de jejum de gols, aparentemente desencantou. Já foram quatro gols em três jogos e com atuações melhores do que no início do Brasileirão, apesar de ainda faltar bastante para Wallyson se firmar como um atacante realmente eficiente. Mas que golaço o garoto marcou!

Wallyson deu trabalho para o lateral estreante Ramon - Foto: Site Terra

Na minha opinião esse jogo daria errado de verdade se o Corinthians vencesse. Porque dessa forma seriam 16 pontos de vantagem sobre o Cruzeiro e nove pontos sobre o segundo colocado, que é o São Paulo. Essa vitória do Cruzeiro deixou o time mineiro vivo na competição e não deixou o Corinthians tão na frente (diminuir a vantagem do primeiro colocado confere aquele tempero a mais, né?). Até porque, vamos combinar, o time paulista está muito tranquilo, seis pontos à frente, líder isolado. Ninguém duvida que mesmo com essa derrota é o melhor time da competição até agora, não é mesmo?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Santos sem as estrelas e Palmeiras sem o Gladiador

O início da partida entre Palmeiras e Santos projetava um jogo disputado, não muito forte tecnicamente, porém com bastante equilíbrio. Até mais ou menos os 20 minutos do primeiro tempo foi nisso que eu acreditei. Após esse período, o Verdão segurou as rédeas da partida e ditou o ritmo do jogo.

Eu pensei que os problemas extra-campo (leia-se Kleber) iriam influenciar negativamente no resultado. Influenciou, mas de outra maneira. Deu mais gás para os jogadores correrem atrás da vitória.

Ok, a equipe do Santos está desfalcada (e muito!). Mas a do Palmeiras também está. Enquanto no time da Vila estão de fora Neymar, Ganso, Elano, Alex Sandro, Adriano e Jonathan (esse por uma possível transferência para o futebol italiano), no Palmeiras quem desfalcava o time era Kleber (a novela), Thiago Heleno, Valdívia e Lincon.

A grande diferença é que o Palmeiras está repondo a equipe, estão chegando peças importantes que podem mudar o resultado de uma partida.

Torcida do Palmeiras no Pacaembu - Foto: Ivan Pacheco

O que deu errado?

Como eu já disse, o Palmeiras vive alguns problemas extra-campo que podem vir a influenciar o desempenho da equipe. Mas, ao que parece, os jogadores utilizaram esse problema para ter mais pique em campo. Vamos tentar entender. Kleber, o Gladiador, alegou ao Verdão que está com problemas na coxa esquerda. Ao mesmo tempo, o departamento médico do time afirmou que o jogador estava apto fisicamente para participar da equipe. O jogador ficou de fora dos últimos treinamentos e da última partida. Enquanto isso, rumores cada vez mais fortes apontam uma possível transferência de Kleber para o time do Flamengo. Se é verdade ou não só o tempo dirá. Mas o fato é que (me perdoe por falar isso, Kleber) o ‘Gladiador’ não fez falta nenhuma no alviverde. Pelo contrário. O ataque foi eficiente, o meio campo serviu muito bem e o time conseguiu se sair muito bem diante do Santos.

O ponto crucial (e que matou o Peixe) foi o bom posicionamento do Palmeiras em campo. O centroavante Dinei, apesar de não ter marcado gol, teve um papel importante, principalmente no que diz respeito ao auxílio do segundo atacante (no caso, Maikon Leite). Foi um pouco parecido com o que o Zé Love fazia no Santos (seu bom posicionamento tirava o zagueiro do lance e deixava Neymar livre para marcar). Além disso, o meio do Palmeiras estava bastante redondo. Patrick e Luan foram bons garçons ao ataque e armaram várias jogadas de perigo. Foi dos pés deles que saiu o primeiro gol, marcado por Maikon Leite. Patrick, aliás, deixou o seu. Marcos Assunção também esteve bem (como sempre) e levou perigo ao gol do Peixe nas bolas paradas.

O ex-santista Maikon Leite não comemorou seu gol - Foto: Junior Lago

No Santos, o Borges, coitado, ficou isolado. Não chegava uma bola para ele, não teve nenhuma boa oportunidade para tentar definir. A defesa, apesar de ser a titular sofreu três gols. Mas tenho que isentá-los da culpa. Os gols foram mais falhas gerais do que falhas específicas lá de trás.

No segundo tempo o Santos até levou um pouco de perigo ao gol do Palmeiras, mas nada muito assustador. O jogo do alvinegro foi previsível, fácil de anular e sem nenhum brilho. Nada parecido com o Santos da Libertadores. A equipe do Santos de ontem, repleta de desconhecidos da torcida, provou que precisa sim de uma renovação. E se Neymar e Ganso forem embora após a Copa América? E se mesmo que eles não forem agora forem no final do ano? Como fica o Mundial? É um perigo deixar o time nas mãos de três ou quatro atletas. O treinador tem que ter à sua disposição jogadores para repor as peças que desfalcam em alguns momentos.

Jogadores do Santos abatidos após gol do Palmeiras - Foto: Uol Esporte

Apesar do Santos não vencer o Palmeiras no Brasileiro há cinco anos, eu esperava mais brio dos jogadores santistas. Quando as estrelas não estão em campo, é a oportunidade ideal para os reservas brilharem. Mas, esse time ‘reserva’ do Santos provou que não é forte o suficiente e o time da Vila mostrou que precisa do seu arsenal de craques para sobreviver. Enquanto isso o Palmeiras já é o quarto na tabela e, mesmo enfrentando problemas fora do campo, está tentando mostrar que o futebol é jogado dentro das quatro linhas.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um Galo não tão forte e não tão vingador

Ontem, ao escolher os jogos que eu iria assistir, resolvi que no horário das 9 da noite eu ia me dividir. Decidi ver Ceará e Atlético e Argentina e Colômbia. Mas quanta diferença! Enquanto no jogo da Copa América a bola rolava tranquila e um time (mesmo sem muita qualidade, como a Colômbia) mostrava muita vontade de vencer na casa do adversário, na partida do Brasileiro o Galo não demonstrava nenhuma vontade de vencer fora e jogava truncado, sem nenhuma beleza, sem nenhum frescor.

E que fase vive o Atlético! Está absolutamente tudo dando errado. Na verdade eu não consigo pensar em nada que tenha dado certo no jogo de ontem. Enquanto isso o torcedor sofre e fica sem saber qual a solução para o time melhorar.

Nicácio comemora primeiro gol do Ceará - Foto: Agência Lance

O que deu errado?

O Galo estava dominado. Completamente rendido. Logo aos três minutos de jogo o Ceará abriu o placar. Desde então só o time da casa apareceu. Enquanto isso, o elenco do time mineiro demonstrava apatia e falta de criatividade. O Ceará indo para cima, levantando a torcida e o Galo sem responder, apenas assistindo a derrota. No início do segundo tempo até pareceu que o gol viria, mas foram apenas algumas chances de Richarlyson e Renan Oliveira (esse alías o único com vontade de jogar, mas sozinho é impossível).

Renan Oliveira foi o que esteve melhor no time do Atlético - Foto: site Terra

No Ceará, a noite foi de inspiração para o atacante Osvaldo. O jogador foi bem o jogo todo e tanto tentou que deixou o seu. O terceiro gol foi marcado por Osvaldo, aliás um belo gol. Outro que estava bem no Ceará foi Boiadeiro. O lateral foi bem na marcação, nas arrancadas, nas assistências e ainda marcou um gol. O time do Ceará não é bobo. Eles são bem espertinhos. Não vou dizer que é um time bom. Mas venceram o Inter, o Palmeiras e agora o Galo.

O Atlético tem um sério problema debaixo da meta. Nenhum goleiro dá certo desde... Desde... Sei lá, desde o Velloso? Desde o Taffa? E é um revezamento sem fim. Revezamento, aliás, que o Dorival tentou no jogo de ontem. Tirou o Renan, que vinha falhando e apostou no Giovanni, que... Adivinhem? Falhou! Na verdade o que acontece não chega a ser frangos gritantes como estamos vendo por aí. O que ocorre são falhas, que dá para ver que são falhas técnicas, que os goleiros alvinegros são limitados. O problema pode estar começando com o preparador de goleiros, não sei. Mas esse problema é bastante sério.

Os números assustam. Nos últimos três jogos, o Atlético sofreu 11 gols e marcou apenas um. O time, que já esteve no topo da tabela, agora soma apenas oito pontos e ocupa a 15ª posição. Dependendo da combinação de resultados de logo mais pode até acabar na zona de rebaixamento. E mesmo que escape da Série B, o time do Galo tem que parar de se contentar com o “mais ou menos”.

E mais, tem que ver essa zica aí. Mandar benzer, fazer uma reza, levar um sal grosso para os jogos, não sei. Mas está tudo dando errado. Só ontem, foram dois jogadores machucados. Guilherme e Leandro saíram de campo lesionados. Já são três derrotas consecutivas. E, para piorar, o arquirrival Cruzeiro vem numa crescente inegável desde a chegada de Joel. Com tudo isso, o cargo de Dorival vai ficando ainda mais ameaçado. Mas, vamos combinar, o problema não é o técnico. Mudar não vai adiantar em nada. O que falta, para as coisas começarem a dar certo no Galo, é planejamento, é contratar reforços, é dar uma injeção de ânimo nesses jogadores apáticos, porque se continuar assim a situação só tende a piorar.

Dorival visivelmente abatido após o jogo - Foto: Futura Press