O início do jogo foi marcado por muita chuva. Os dois times nervosos e o Fluminense atacando mais. Rafael Moura inspirado, indo pra cima. Mas os refletores do Engenhão apagaram e o jogo ficou paralisado por 20 minutos. O suficiente para o Flu voltar decidido a abrir o marcador. E foi o que fez. He-Man marcou (impedido demais, diga-se de passagem) e o tricolor continuou em cima da equipe rubro-negra.
Faltas, muitas faltas. E muitos cartões também. É como eu disse, foi um jogo sem muita técnica e com muito nervosismo. E um segundo tempo bem melhor do lado flamenguista. O Fluminense caiu de produção e Thiago Neves aproveitou para empatar. A decisão foi para os pênaltis.
No meu balanço foi um jogo que valeu a pena assistir. E claro, azar da equipe que deixa uma partida ir para os pênaltis contra o Flamengo (principalmente no Carioca). A camisa pesa, o adversário treme. E foi o que aconteceu.
O que deu errado?
Vamos começar falando do que deu errado, mas no fim das contas deu certo. Uma chuva de joelhos machucados. Ronaldinho Gaúcho apareceu (ou melhor, nem apareceu) com uma lesão no joelho esquerdo (deve ter se machucado jogando futevôlei, só pode). Léo Moura machucou o joelho direito logo no comecinho e Maldonado vai operar o joelho esquerdo (ufa!). As substituições poderiam ter sido um fiasco, mas os substitutos seguraram bem a barra.
No lugar do Ronaldinho Gaúcho, entrou Diego Maurício. E os rubro-negros agradeceram pelo R10 ter se machucado. O jogador esteve ativo durante todo o tempo. Tudo bem, errou muitos passes, mas converteu (com muito sangue frio e concentração) o pênalti da vitória.
E o Thiago Neves? Alguém lembra que ele já foi tricolor? Pois ontem ele marcou um gol no tempo normal, perdeu pênalti e no fim ainda dançou o Creu (coreografia que o próprio jogador fez num Fla-Flu em 2008, quando ele ainda defendia o tricolor). Se não tivesse perdido o pênalti seria o herói do jogo. E se o Flamengo tivesse perdido, seria crucificado por não ter convertido o pênalti (coisas do futebol...).
Outro grandioso foi o Willians. Na minha opinião, um dos únicos jogadores consistentes de fato na equipe do Flamengo. O cara é um gigante no desarme. Merece ser visto com olhos mais atentos em meio a uma equipe de estrelas. O goleiro Felipe foi decisivo. Fez boas defesas, jogou bem e nos pênaltis defendeu duas cobranças (eu não gosto do Felipe, não gosto do estilo de jogo dele, mas a gente tem que reconhecer quando o cara é bom).
No Fluminense, o meio campo não conseguia criar de forma alguma. Com isso, Fred e Rafael Moura ficavam sem ter o que fazer e tinham que voltar pra buscar o jogo. O He-Man foi mais perigoso. Deixou o gol dele, se movimentou, brigou (como sempre). Já o Fred fez aquele jogo meia boca. Muito parado, sem ter muito o que fazer, a única coisa que fez foi converter o primeiro pênalti do Fluminense.
O Conca (maestro do Fluminense, vamos combinar) não estava muito inspirado. Esteve bem, mas nada decisivo. E o Fluminense parece ser um time com muito fôlego (como foi contra o Argentinos Jr. pela Libertadores) apenas quando o Conca está inspiradíssimo. Digo e repito. Um time não pode depender só de um jogador, isso é muito perigoso.
Assim, o Flamengo enfrenta o Vasco na final da Taça Rio e pode ser campeão Carioca sem precisar dos jogos da final, já que venceu a Guanabara. Agora o Flu tem que focar na Libertadores. O Carioca já era. Mas depois da vitória heróica na última rodada da Libertadores, o tricolor tem mesmo que investir pesado na competição, pois dá para ir longe.