segunda-feira, 25 de abril de 2011

A 90 minutos do título

Num Fla-Flu com dois times não muito incisivos, não muito consistentes e não muito técnicos eu esperava um jogo bem mais ou menos. Mas, num Fla-Flu sem a maior a estrela e garra sobrando dos dois lados, o que eu vi foi um jogo cheio de emoções. Não foi lá a partida mais técnica, mais futebol-arte e mais certinha de todas as da rodada. Mas com certeza foi a mais emocionante, a que teve mais cara de semifinal (pênaltis sempre dão pinta de decisão para os jogos, né?).

Clima quente no clássic - Foto: Getty Images

O início do jogo foi marcado por muita chuva. Os dois times nervosos e o Fluminense atacando mais. Rafael Moura inspirado, indo pra cima. Mas os refletores do Engenhão apagaram e o jogo ficou paralisado por 20 minutos. O suficiente para o Flu voltar decidido a abrir o marcador. E foi o que fez. He-Man marcou (impedido demais, diga-se de passagem) e o tricolor continuou em cima da equipe rubro-negra.

Faltas, muitas faltas. E muitos cartões também. É como eu disse, foi um jogo sem muita técnica e com muito nervosismo. E um segundo tempo bem melhor do lado flamenguista. O Fluminense caiu de produção e Thiago Neves aproveitou para empatar. A decisão foi para os pênaltis.

No meu balanço foi um jogo que valeu a pena assistir. E claro, azar da equipe que deixa uma partida ir para os pênaltis contra o Flamengo (principalmente no Carioca). A camisa pesa, o adversário treme. E foi o que aconteceu.

O que deu errado?

Vamos começar falando do que deu errado, mas no fim das contas deu certo. Uma chuva de joelhos machucados. Ronaldinho Gaúcho apareceu (ou melhor, nem apareceu) com uma lesão no joelho esquerdo (deve ter se machucado jogando futevôlei, só pode). Léo Moura machucou o joelho direito logo no comecinho e Maldonado vai operar o joelho esquerdo (ufa!). As substituições poderiam ter sido um fiasco, mas os substitutos seguraram bem a barra.

No lugar do Ronaldinho Gaúcho, entrou Diego Maurício. E os rubro-negros agradeceram pelo R10 ter se machucado. O jogador esteve ativo durante todo o tempo. Tudo bem, errou muitos passes, mas converteu (com muito sangue frio e concentração) o pênalti da vitória.

E o Thiago Neves? Alguém lembra que ele já foi tricolor? Pois ontem ele marcou um gol no tempo normal, perdeu pênalti e no fim ainda dançou o Creu (coreografia que o próprio jogador fez num Fla-Flu em 2008, quando ele ainda defendia o tricolor). Se não tivesse perdido o pênalti seria o herói do jogo. E se o Flamengo tivesse perdido, seria crucificado por não ter convertido o pênalti (coisas do futebol...).

Welinton e Thiago Neves comemoram a vitória - Foto: Agência Estado

Outro grandioso foi o Willians. Na minha opinião, um dos únicos jogadores consistentes de fato na equipe do Flamengo. O cara é um gigante no desarme. Merece ser visto com olhos mais atentos em meio a uma equipe de estrelas. O goleiro Felipe foi decisivo. Fez boas defesas, jogou bem e nos pênaltis defendeu duas cobranças (eu não gosto do Felipe, não gosto do estilo de jogo dele, mas a gente tem que reconhecer quando o cara é bom).

No Fluminense, o meio campo não conseguia criar de forma alguma. Com isso, Fred e Rafael Moura ficavam sem ter o que fazer e tinham que voltar pra buscar o jogo. O He-Man foi mais perigoso. Deixou o gol dele, se movimentou, brigou (como sempre). Já o Fred fez aquele jogo meia boca. Muito parado, sem ter muito o que fazer, a única coisa que fez foi converter o primeiro pênalti do Fluminense.

Rafael Moura comemora o gol - Foto: Wallace Teixeira

O Conca (maestro do Fluminense, vamos combinar) não estava muito inspirado. Esteve bem, mas nada decisivo. E o Fluminense parece ser um time com muito fôlego (como foi contra o Argentinos Jr. pela Libertadores) apenas quando o Conca está inspiradíssimo. Digo e repito. Um time não pode depender só de um jogador, isso é muito perigoso.

Assim, o Flamengo enfrenta o Vasco na final da Taça Rio e pode ser campeão Carioca sem precisar dos jogos da final, já que venceu a Guanabara. Agora o Flu tem que focar na Libertadores. O Carioca já era. Mas depois da vitória heróica na última rodada da Libertadores, o tricolor tem mesmo que investir pesado na competição, pois dá para ir longe.

Torcida do Flamengo comemora a vitória debaixo de chuva - Foto: Site Fim de Jogo

terça-feira, 12 de abril de 2011

Bonde sem Freio

A noite era do Flamengo, não tinha jeito.
Em um clássico morno, a equipe rubro negra foi mais consistente, mais decidida (queria ganhar mais do que o Botafogo - como sempre), fez o tinha de fazer e carimbou o passaporte para a semifinal da Taça Rio.

Jogadores homenageiam as vítimas da escola de Realengo - Foto: Agência O Globo

O jogo foi repleto de passes errados (muitos, mas muitos mesmo!) e cartões amarelos (no fim do jogo o Botafogo recebeu três cartões amarelos em menos de 10 minutos - era o desespero tomando conta). Não foi digno de um clássico, não teve a paixão de um clássico, não teve a disputa que um clássico deve ter.

Mas, no fim das contas, um justo 2 a 0 para o Flamengo, que agora pode estar a 180 minutos de se sagrar campeão do Carioca. Será mesmo que o "Bonde sem Freio" do Mc Ronaldinho vai vingar?

O que deu errado?

Não acho que o Flamengo tenha ido muito bem em campo. Pelo contrário. O que desequilibrou foram as atuações de Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves. Enquanto o R10 deu bons passes e ditou o ritmo do jogo, Thiago Neves foi oportunista e quando teve chance colocou a bola dentro do gol. Aliás, Thiago Neves está mostrando que veio para ficar e ser um grande ídolo da torcida do Fla.

Abraço de Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho - Agência O Dia

Mas o que desequilibrou mesmo foi a péssima partida que o Botafogo fez. De doer os olhos. Todo mundo muito mal. A defesa, terrível. O Somália perdido, não marcou direito e errou até os passes curtinhos. Um meio de campo afobado, sem criação, sem propósito, sem idéias.
No time do Botafogo há apenas duas peças diferenciadas que eu nem preciso falar quem, né? (tá, mas vou falar mesmo assim - Jefferson e Loco). Se não fossem esses dois eu não sei o que seriam dos coitados dos botafoguenses. O Herrera até tenta, é super guerreiro. Mas é limitado tecnicamente, aí complica. Mas o Loco é de um posicionamento, de uma visão de jogo impressionantes. E o Jefferson nem precisa dizer, né? Se não tivesse ele todo jogo seria de goleada do time adversário.

Jefferson não teve culpa nos gols adversários - Foto: Agência Lance

O Botafogo não conseguia finalizar. Não conseguia acertar o último passe. Não acertava faltas laterais. Definitivamente não era o dia do Botafogo.

Reforços, essa é a palavra. E desse jeito mesmo, no plural. Se não chegar gente pra ajudar o time (e com urgência), o Botafogo não vai se dar bem em nenhuma competição.
E mais, o maior medo dos botafoguenses é de chegar o dia em que Jefferson e Abreu se cansarem de jogar numa equipe sem grandes perspectivas, com esse pensamento de time pequeno que sempre ronda o Glorioso.

Está na hora de grandes mudanças para o Bota ir pra frente.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A bola já não está mais com o Santos!

Ontem foi dia de clássico paulista. Santos e Palmeiras.
Olha, fui surpreendida. O jogo foi bom, nervoso, bem a cara de clássico mesmo.

A partida já começou quente. Disputa de bola, faltas, tensão, os times tentando pressionar e abrir o marcador no inicinho. Mas depois o ritmo foi diminuindo, os jogadores (dos dois lados, que fique bem claro!) começaram a errar passes, finalizações. Bem daquele jeito que a gente não gosta de ver (no meu caso eu gosto, porque dá pauta para o blog! rs).

No segundo tempo o jogo também foi brigado. Um pouco mais jogado, mas tiveram muitas faltas, muitos lances violentos. Deu uma boa melhorada. Arrisco até dizer que foi emocionante.

No fim das contas, 1 a 0 para o Verdão, um gol anulado para cada lado e um Santos saindo de campo com a sensação que algo está muito errado na Vila.

Kleber comemora gol da vitória - Foto: Agência Lance

O que deu errado?

O certo seria, "o que está dando errado". O Santos vem passando por uma fase bem complicada. Sem treinador (tudo bem, está com o interino - mas não é a mesma coisa para os jogadores), na expectativa da chegada de Muricy e na vontade de melhorar o futebol apresentado em campo. Com a contratação do Muricy eu tenho certeza que as coisas vão melhorar, mas um clube não pode depender apenas do treinador, né? Principalmente com um elenco como o do Santos.

E por falar em elenco, o Ganso já está em campo, mas não está se mostrando feliz no time da Baixada. Não mostra mais aquele prazer de antes, aquele futebol solto. O torcedor santista está aguardando, para ver se o Ganso volta a jogar como antes (o que eu tenho certeza que ele pode, só não está muito motivado).

Também vi muita catimba do Neymar. Que me desculpem os santistas. Tudo bem que ele levou algumas faltas duras mesmo, mas eu tenho um pouco preguiça do tanto que ele se joga, desse "cai cai" sem fim. Os árbitros já não dão tanto crédito.

Neymar reclama com o juiz Vinicius Furlan - Foto: Gazeta Press

O Peixe estava desfalcado. Jontahan, Arouca e Diogo não participaram do jogo porque estavam lesionados. Maikon Leite, que está sendo negociado com o Palmeiras, não esteve nem no banco.

Já a equipe do Palmeiras estava quase completa. A única ausência foi a de Valdívia, já que Danilo e Marcos Assunção voltaram ao time titular. Adriano Michael Jackson (rs...) não estava muito bem como nas últimas partidas e Felipão trocou o garoto por Luan.

Os dois atacantes principais dos dois lados estavam brigando por um resultado positivo. Neymar driblou, tentou, mas a bola não entrou. Kleber lutou, foi atrás, insistiu. E o que deu errado mesmo para o Santos foi a estrela do atacante do Verdão brilhar no fim da partida. O Gladiador marcou no finalzinho depois de receber um bonito passe do Patrik. 1 a 0, num jogo equilibrado, e o que fez a diferença foi o faro de gol de Kleber, faro esse que estava em falta no Neymar.

A torcida do Santos é que já está ficando impaciente. A derrota deixou o time da Vila em quarto lugar no Paulista, atrás dos maiores rivais. Fica a expectativa se o Muricy vai chegar, se o Ganso vai desencantar, se a equipe vai melhorar, se vai bem na fase final...

Torcida do Santos não está satisfeita com o time - Foto: Marcelo Ferrelli

O Santos não está com essa bola toda...