Um verdadeiro clássico. Um jogo cheio de nuances. Uma tia atleticana desesperada que fez eu ficar procurando links na internet com a transmissão do jogo; um primo cruzeirense que foi hospitalizado ao desmaiar no quarto gol do Galo.
O normal seria uma vitória do time celeste, claro. Um Parque do Sabiá com milhares de camisas azuis incentivando o líder do Brasileirão. Uma festa linda, azul.
Foto: site Terra
É, não foi dessa vez. O Galo se mostrou forte e vingador e escolheu justamente o jogo contra o maior rival para sair com classe da zona de rebaixamento, lugar cativo em praticamente todo o Brasileirão.
Uma vitória para cruzeirense nenhum diminuir. Ia ser uma goleada. Mas foi uma chuva de gols. Dois jogos em um só. Um primeiro tempo preto e branco. Um segundo tempo azul e branco.
O que deu errado?
Como o próprio Thiago Ribeiro disse no fim da partida (esse jogou bem!), no primeiro tempo o Cruzeiro líder do campeonato nem deu as caras. No segundo tempo sim, ele apareceu. E dominou.
O primeiro tempo foi de Obina. Ele, que é melhor que o Eto’o, mostrou que é o artilheiro dos clássicos e deixou um gostinho do que o Galo poderia ter feito durante o ano caso tivesse uma melhor direção e mais vontade de vencer.
O time todo estava bem. A chegada de Dorival deu outro ânimo, para a torcida e, principalmente, para os jogadores. Aquele era o momento. O momento para deixar aquela situação indigesta. Para começar a ficar livre desse fantasma chamado Série B.
Técnico Dorival e Obina - Foto: site Globo.com
Montillo estava apagado. Foi dar uma de Loco Abreu, bateu um pênalti estilo cavadinha e errou. Hora péssima para errar, nada hermano da sua parte, hein Montillo.
Jonathan foi outro, que nada fez pelo time enquanto ficou em campo.
O Galo abriu três de vantagem (aí a galera desligou o video-game e foi dormir hehehe). Mas não, não era um sonho dos atleticanos. Três gols de vantagem em cima do time mais vitorioso do estado. O líder, o detentor da Tríplice Coroa. Durante um clássico nada disse importa. O que importa está dentro de campo. O que importa é vencer, e a vontade do Atlético era tanta que nem Uberlândia colorida de azul e branco assustou a equipe.
O que deu errado para o Cruzeiro foram os 30 minutos iniciais, em que o time entrou em pane e o Galo aproveitou para abrir uma grande vantagem. Será a saga de vice do Cuca que está se fazendo valer novamente?
Foto: site Terra
Depois disso, o que deu errado foi não ter mais alguns minutos de jogo, porque pela pressão que o Cruzeiro estava fazendo sobre o Galo, mais uns dez minutos de partida a Raposa iria conseguir o empate. Isso se não virasse.
Como disse minha tia atleticana, não se deve subestimar o Cruzeiro, nem mesmo com um placar de 4 a 1. Logo em seguida que ela disse isso, o Cruzeiro buscou o resultado e diminuiu para 4 a 3.
Ah, meu primo que desmaiou durante o jogo? Quando ele acordou no hospital a primeira coisa que perguntou foi: e o Cruzeiro, ganhou?
Para a infelicidade dele e para a felicidade dos alvinegros, não, dessa vez a festa foi preta e branca, em grande estilo.