segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O renascimento do Galo forte e vingador

Não tive escolha, não fui eu quem escolhi o jogo, o jogo me escolheu. Assisti exclusivamente Cruzeiro e Atlético-MG e não fiquei vendo links de outros jogos simultâneos como costumo fazer, só acompanhei os outros placares.

Um verdadeiro clássico. Um jogo cheio de nuances. Uma tia atleticana desesperada que fez eu ficar procurando links na internet com a transmissão do jogo; um primo cruzeirense que foi hospitalizado ao desmaiar no quarto gol do Galo.

O normal seria uma vitória do time celeste, claro. Um Parque do Sabiá com milhares de camisas azuis incentivando o líder do Brasileirão. Uma festa linda, azul.

Foto: site Terra

É, não foi dessa vez. O Galo se mostrou forte e vingador e escolheu justamente o jogo contra o maior rival para sair com classe da zona de rebaixamento, lugar cativo em praticamente todo o Brasileirão.

Uma vitória para cruzeirense nenhum diminuir. Ia ser uma goleada. Mas foi uma chuva de gols. Dois jogos em um só. Um primeiro tempo preto e branco. Um segundo tempo azul e branco.

O que deu errado?

Como o próprio Thiago Ribeiro disse no fim da partida (esse jogou bem!), no primeiro tempo o Cruzeiro líder do campeonato nem deu as caras. No segundo tempo sim, ele apareceu. E dominou.

O primeiro tempo foi de Obina. Ele, que é melhor que o Eto’o, mostrou que é o artilheiro dos clássicos e deixou um gostinho do que o Galo poderia ter feito durante o ano caso tivesse uma melhor direção e mais vontade de vencer.

O time todo estava bem. A chegada de Dorival deu outro ânimo, para a torcida e, principalmente, para os jogadores. Aquele era o momento. O momento para deixar aquela situação indigesta. Para começar a ficar livre desse fantasma chamado Série B.

Técnico Dorival e Obina - Foto: site Globo.com

Montillo estava apagado. Foi dar uma de Loco Abreu, bateu um pênalti estilo cavadinha e errou. Hora péssima para errar, nada hermano da sua parte, hein Montillo.

Jonathan foi outro, que nada fez pelo time enquanto ficou em campo.

O Galo abriu três de vantagem (aí a galera desligou o video-game e foi dormir hehehe). Mas não, não era um sonho dos atleticanos. Três gols de vantagem em cima do time mais vitorioso do estado. O líder, o detentor da Tríplice Coroa. Durante um clássico nada disse importa. O que importa está dentro de campo. O que importa é vencer, e a vontade do Atlético era tanta que nem Uberlândia colorida de azul e branco assustou a equipe.

O que deu errado para o Cruzeiro foram os 30 minutos iniciais, em que o time entrou em pane e o Galo aproveitou para abrir uma grande vantagem. Será a saga de vice do Cuca que está se fazendo valer novamente?

Foto: site Terra

Depois disso, o que deu errado foi não ter mais alguns minutos de jogo, porque pela pressão que o Cruzeiro estava fazendo sobre o Galo, mais uns dez minutos de partida a Raposa iria conseguir o empate. Isso se não virasse.

Como disse minha tia atleticana, não se deve subestimar o Cruzeiro, nem mesmo com um placar de 4 a 1. Logo em seguida que ela disse isso, o Cruzeiro buscou o resultado e diminuiu para 4 a 3.

Ah, meu primo que desmaiou durante o jogo? Quando ele acordou no hospital a primeira coisa que perguntou foi: e o Cruzeiro, ganhou?

Para a infelicidade dele e para a felicidade dos alvinegros, não, dessa vez a festa foi preta e branca, em grande estilo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Rei dos empates

Esse post poderia ter sido feito há exatamente sete rodadas. Não vou falar de um jogo em especial, mas de uma situação que vem assombrando o alvinegro carioca.
Empates. Sete seguidos. Um mísero pontinho por jogo. 21 pontos distribuídos e apenas 7 somados na conta do Botafogo.

Começou com o Cruzeiro no Engenhão. O último foi contra o Palmeiras em casa também. Mas a lista é extensa: tem Corinthians, Vasco, Atlético-PR, Flamengo, Guarani... (e tudo isso depois de perder de 4 a 1 para o lanterna na época, o Goiás - ê Botafogo!)
Se o time tivesse ganhado apenas três desses jogos estaria na terceira colocação e não na sexta. É um desperdício de pontos sem fim.

Loco Abreu - Foto: site Jornal de Esportes

O botafoguense Diego Abdul foi quem sugeriu esse post. Assim como todo botafoguense, está completamente decepcionado com seu time. (não é pra menos!)
A febre Loco Abreu, o time raçudo, com vontade de vencer, deu lugar a um Botafogo apático, que demonstra rodada a rodada que o empate "tá bom", "melhor empatar do que perder". E essa não é a mentalidade de um time vencedor.

O que deu errado?

Alguns tentam justificar alegando que muitos jogadores estavam lesionados nesse período, outros suspensos e pendurados. Assim, Joel não pode escalar o mesmo time que parecia forte até algumas rodadas atrás.
Há quem diga também que o Botafogo não é um time acostumado com as primeiras posições da tabela, e a pressão segurou a subida da equipe.
Outros chamam Joel de retranqueiro, alegando que ele não tem conseguido escalar bem o time e sempre vem jogando com um zagueiro a mais que o necessário.

No início do campeonato, praticamente contra os mesmos adversários, o Botafogo ficou oito rodadas sem vencer.

Joel Santana - Foto: site Estadão

O fato é que o Glorioso não está lá tão glorioso assim.
Rumores apontam Joel negociando com o Corinthians. (o que eu particularmente não acredito)
O "talismã" Caio não tem nada de talismã, nem de sorte.
Jobson assustou a torcida com essa demora toda para voltar. (quem sabe a dupla Jobson e Loco não rende belos gols?)
Muitos, mas muitos jogadores machucados.
Os jogadores já estão dando declarações falando sobre conseguir uma vaga na Libertadores. (já desistiram do Brasileirão?)

Um dos cantos da torcida botafoguense fala: "Momentos ruins eu já vivi, mas nunca parei de cantar”. Mas a verdade é que a paciência dos apaixonados já está começando a chegar ao fim. E como em qualquer relacionamento, se as frustrações aumentam, a dedicação diminui.

Uma pena, pois quem diria, o Botafogo tinha tudo para brigar pelo título.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cadê o líder que estava aqui?

Que o Corinthians é um timaço ninguém duvida (um Timão, com o perdão do trocadilho). E ninguém duvida também que nesse ano de centenário, os jogadores, a comissão técnica e meio mundo estão empenhados a contribuir para o Timão ganhar o Brasileirão. Ok? Ok. Até aí tudo bem.
A equipe ainda não conquistou nenhum título nesse ano tão importante (nem a Dança dos Famosos com o Marcelinho Carioca), mas despontou como a grande candidata para levar a faixa de campeã do Brasileirão 2010. Até ocupou o primeiro lugar por um bom tempo. O grande problema nisso tudo é que nas últimas rodadas o Coringão está tropeçando além do que um time que briga pelo título pode tropeçar.

Será a falta do camisa 9 em campo? Acredito que não, porque o time, depois que o Adilson assumiu, tem jogado mais solto sem o referencial do Fenômeno em campo. Não que ele não faça a diferença (até porque não tem como não notá-lo), mas com ou sem Ronaldo a equipe vinha jogando bem.
O fato é que na última rodada o time estava com a primeira posição nas mãos com a derrota do Flu, mas jogou fora e perdeu para o Galo, que está ressurgindo das cinzas.

Jogadores do Galo comemorando o gol de Zé Luis - Foto: site Terra

O que deu errado?

Eu começo falando que o Atlético-MG é um outro time. Não é aquele mesmo que perdeu de 1 a 0 no Pacaembu no turno. É um Galo motivado, com novos ares, jogadores querendo vencer, treinador comprometido.

E o Corinthians, por mais que venha mantendo a unidade, está deixando passar muitas oportunidades de assumir a ponta. Empatou com o Ceará em casa, empatou com o Botafogo em casa também (mas esse tudo bem, porque jogar com o Botafogo é garantia de empate - ô time que gosta de ganhar só 1 pontinho).
Esses dois empates e agora a derrota para o Galo distanciaram o time da primeira colocação.
E mais. O Cruzeiro que não desperdiça mesmo, ganhou do Goiás e roubou para si o segundo lugar.

O Corinthians sofre com a falta dos renomados Jorge Henrique, Ronaldo, Ralf, Chicão, o convocado Elias e Dentinho (que "voltou", mas não voltou - que maré de azar). Além disso, Roberto Carlos vem sendo sempre substituído e já pediu afastamento para cuidar de dores musculares. Tem também a pressão de se manter no topo e vencer o campeonato.
Mas tudo isso aparentemente não ia atrapalhar, porque desde o início da partida, o time fez questão de se impor e se mostrou superior.

Bruno César fez muito bem o papel de "atacante".
Jucilei estava conciso, como sempre.
Danilo entrou muito bem no lugar de Dentinho.
O Timão dominou a partida, principalmente no primeiro tempo.

Foto: site Uol

Porém, uma bobeada da defesa somada a uma equipe ligada querendo vencer (mesmo sem ainda estar boa tecnicamente) resultaram no gol da virada atleticana.
De bobeada em bobeada, um título importante como esse escorre pelas mãos. As oportunidades de assumir a liderança não estão sendo bem aproveitadas e restou, por enquanto, um amargo terceiro lugar.

O Galo começa a sair do sufoco e o Timão começa a sentir a pressão da briga pelo título.
Duas brigas em lados opostos da tabela, que dessa vez teve como vencedor um dos times que menos venceu nesse Brasileirão.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A queda do Galinho

O post dessa rodada vai ser um pouco diferente. Eu poderia falar do 4 a 2 no jogo Grêmio e São Paulo, que deu tudo errado para o tricolor paulista. Era o que eu tinha em mente.
Porém, a notícia de que o Zico deixou o Flamengo tem por trás muito mais um "o que deu errado" do qualquer jogo dessa rodada.

O "sim"

Zico relutou muito para fazer parte da equipe do Fla, mas em 30 de maio foi anunciado pela presidente Patrícia Amorim como diretor de futebol.
O ídolo assumiu um clube que é o atual campeão brasileiro, mas que vivia (e vive, porque tá tudo na mesma) grandes dificuldades.

Mesmo assim Zico topou o desafio. Apaixonado pelo rubro-negro, isso ele é. O maior ídolo da torcida, o maior espelho dos jogadores.

Foto: blog do Lédio Carmona

Porém, na noite de ontem, Zico anunciou sua saída de seu tão amado Mengão.

O que deu errado?


Quais foram os maiores problemas enfrentados pelo treinador?

- Garotos da base mimados. Os mini craques são formados para vencer e vencer e não para se tornarem jogadores íntegros. Acham que podem tudo e vão assim para o profissional.
- Falta de reforços para a temporada. A perda de Love e Adriano, sem a contratação de jogadores a altura. (ou no peso, né?)
- O fiasco da contratação de Val Baiano, que no ano passado marcou 18 gols pelo Barueri (hoje Prudente) e esse ano nada fez de significativo pelo Flamengo. ("O Val Baiano é melhor que o Adriano"?, acho que não, hein Leifert)
- O fantasma de Eliza Samúdio, que ronda o Ninho do Urubu a todo momento.
- Um treinador temperamental, que dá declarações "atravessadas" para a imprensa.
- E, principalmente, falta de pulso por parte do Zico, já que não conseguiu se impor dentro do clube.

O Galinho foi atacado dentro do seu clube, sua família foi envolvida, o presidente do Conselho Fiscal não largava do seu pé.
Não fez muita coisa desde que chegou, deixou o barco antes de afundar, como se diz.
Ele sentiu que não dava mais, que não ia conseguir fazer o que gostaria no clube.
E pediu pra sair.
Não aguentou a pressão.

Agora o Flamengo está sem um comandante de peso e temos que aguardar para ver qual será o desfecho dessa história. O 15º lugar, pertinho da zona de rebaixamento, é merecido pela campanha vergonhosa. Dizem ainda que Luxemburgo deve vir no lugar de Silas. Só os próximos dias virão com as respostas.

Enquanto isso, fora do comando do seu time do coração, Zico dá sinais de decepção: "Serei ídolo enquanto quiserem. Se um dia não quiserem mais, ainda serei um cidadão com a certeza de ter feito meu melhor".

Foto: site do Flamengo

Não, Zico, você sempre será o maior ídolo de quem é Flamengo de coração.